sexta-feira, junho 25, 2010

'Brasil é sempre um rival temível'

O semblante de Marcelo Bielsa, logo após a derrota por 2 a 1 para a Espanha, pouco lembrava o de um treinador classificado para as oitavas de final da Copa do Mundo. O argentino só olhou para baixo durante a entrevista coletiva e não encarou nenhum jornalista. Triste pelo resultado? Preocupado com o Brasil, seu próximo adversário? “El Loco” não explicou, mas deixou claro que espera problemas para a sua equipe no Ellis Park, segunda-feira.

Perguntado sobre o estilo da seleção de Dunga, que não encanta com o “jogo bonito” mas transformou-se em uma equipe vencedora, Bielsa elogiou o rival das oitavas e disse que o time une as qualidades do futebol brasileiro tradicional com o moderno.

- Historicamente, o Brasil mostrou que está acima de qualquer comentário. Sempre é um rival temível. Esta última versão conserva todos os atributos do futebol desse país, aliado com agressividade e organização – afirmou.

Ao comentar sobre a seleção canarinho, Bielsa citou todos os setores da equipe como fortes (“Os laterais, os atacantes, a zaga é importantíssima, os volantes de contenção...”).

- No futebol atual, ser cauteloso é uma virtude. Esse Brasil mais cauteloso é uma adatação ao futebol atual – concluiu.

RESUMO DE HOJE NA COPA




No duelo mais esperado da primeira fase da Copa do Mundo, o Brasil cumpriu seu objetivo principal e ficou com a liderança do Grupo G. Jogou para o gasto, com uma atuação razoável no primeiro tempo e apagada no segundo, e ficou no empate por 0 a 0 com Portugal no estádio Moses Mabhida, em Durban, nesta sexta-feira. A partida contra o adversário mais forte da chave, no entanto, acende o sinal de alerta para o time de Dunga, principalmente quanto ao desempenho pouco produtivo de Julio Baptista, substituto de Kaká, e à dependência do ataque pelo lado direito.

O Brasil, que ouviu vaias de parte da torcida após o apito final, acumulou sete pontos em sua chave, contra cinco dos portugueses, quatro dos marfinenses e nenhum dos norte-coreanos. Agora terá pela frente o Chile, que ficou com a segunda colocação do Grupo H ao ser derrotado por 2 a 1 pela Espanha. O jogo das oitavas de final será na próxima segunda-feira, às 15h30m (de Brasília), no estádio Ellis Park, em Joanesburgo. Portugal, que alcançou 19 partidas de invencibilidade e terminou a primeira fase da Copa sem sofrer gol, pegará a Espanha na terça-feira, no mesmo horário. Na outra partida da rodada decisiva do Grupo G, a Costa do Marfim conseguiu uma inútil vitória por 3 a 0 sobre a Coreia do Norte.

Com a missão cumprida, a seleção brasileira tem a vantagem de percorrer um caminho teoricamente mais fácil até a final. Depois das oitavas, se for avançando, encara Holanda ou Eslováquia nas quartas, e Uruguai, Coreia do Sul, Estados Unidos ou Gana na semifinal. Do outro lado da chave, Argentina, Alemanha, Inglaterra, Espanha e Portugal batalham por uma vaga na decisão.

Após a partida, Dunga e Carlos Queiroz comentaram o comportamento dos seus jogadores e divergiram. O português, que considerou o empate justo, preferiu fugir dos comentários sobre a arbitragem, mas alfinetou a seleção brasileira ao ser questionado a respeito dos lances mais ríspidos que ocorreram em campo.
- Tem de perguntar ao Brasil e não a nós. Esta pergunta tem de ser feita aos jogadores do Brasil e não aos portugueses. Não quero fazer comentários. Hoje é um dia de festa (pela classificação) – disse.

Logo depois, Dunga, que não ficou satisfeito com o desempenho do time dele, não levou o assunto adiante, mas rebateu a declaração do treinador luso.
- Eu devolvo a pergunta para ele, porque o Brasil estava classificado. Se pegarmos os cartões amarelos da partida, se explica tudo. Não há o que comentar - frisou. 



Após começar a campanha na África do Sul de forma decepcionante, com derrota para a Suíça, a Fúria venceu o Chile por 2 a 1 nesta sexta-feira, em Pretória, e garantiu o primeiro lugar do Grupo H. O resultado coloca a seleção chilena no caminho do time de Dunga nas oitavas de final. O atual campeão europeu fugiu dos pentacampeões mundiais, mas terá um clássico pela frente: o vizinho Portugal.

A equipe de Vicente del Bosque, que terminou a primeira fase com seis pontos e melhor saldo de gols que a de Marcelo Bielsa (2 a 1), vai enfrentar os portugueses na próxima terça, às 15h30m (de Brasília), na Cidade do Cabo. Já o Brasil encara o Chile na segunda, no mesmo horário, em Joanesburgo (Ellis Park). Suíça e Honduras, que empataram em 0 a 0 estão eliminados.



Vontade elas tiveram. Preparo físico também. Faltou foi talento mesmo. Suíça e Honduras estão eliminadas da Copa do Mundo da África do Sul. Nesta sexta-feira, não houve santo que desse jeito nas duas equipes. Muito menos gols. Os europeus têm mais a lamentar pelo empate em 0 a  0. Precisavam de uma vitória por dois gols para superar o Chile, derrotado por 2 a 1 pela Espanha, na classificação final do Grupo H e ir às oitavas, mas tropeçaram na falta de categoria. Os suíços terminam a participação no Mundial com uma vitória, um empate e uma derrota, com quatro pontos.

Depois de perderem para chilenos e espanhóis, os hondurenhos conquistam um ponto honroso, mas sem conseguir um gol sequer, assim como a Argélia. Quem foi ao estádio Free State, em Bloemfontein, viu muita luta, sentiu algumas doses de emoção, mas não curtiu quase nada de bom futebol.





Um milagre. Era de que a Costa do Marfim precisava para conseguir a classificação às oitavas de final da Copa do Mundo. Afinal, os africanos dependiam de uma vitória do Brasil contra Portugal, se possível por mais de um gol de diferença, e de uma goleada sobre a Coreia do Norte, capaz de tirar a vantagem lusa no saldo de gols (7 a -2). Apesar da pressão inicial e do esforço, os marfinenses ganharam apenas por 3 a 0 em Nelspruit, com gols de Yaya Touré, Romaric e Salomon Kalou. No jogo de Durban, o 0 a 0 sacramentou mais uma eliminação africana.


O resultado, contudo, deixou os torcedores de Costa do Marfim felizes no Estádio Mbombela, que teve um público de 34.763 torcedores. Mesmo longe da vaga, eles não pararam de festejar um só minuto. Chegaram até a fazer uma estranha coreografia, em que imitavam elefantes, animal-símbolo do país africano, e ficaram de costas para o campo. Mas não era um protesto, e sim alegria pela vitória na despedida da Copa da África do Sul.


Apesar de não ter marcado na vitória por 3 a 0, o atacante Didier Drogba foi o grande destaque da partida. Ele jogou a Copa do Mundo no sacrifício, após quebrar o braço em um amistoso preparatório duas semanas antes do torneio.  Com belas jogadas e ótimos passes, acabou escolhido o melhor jogador em campo pelos internautas do site oficial da Fifa.

Com a vitória, Costa do Marfim terminou sua participação no Mundial na terceira posição do Grupo G, com quatro pontos. A Coreia do Norte, em sua segunda aparição em Copas, ficou na última posição após três derrotas. Os asiáticos marcaram apenas um gol na campanha na África do Sul, contra o Brasil, com o meia Ji Yum Nam. O resultado ficou distante do brilho de 1966, quando a equipe chegou a eliminar a favorita Itália e só perdeu para Portugal nas quartas.